Medicamentos e Álcool

Você sabe quais os riscos no uso de Medicamentos com Bebidas Alcoólicas? Conheça as verdades e os mitos. O uso não-médico do álcool é prevalente, acarretando potenciais interações com variados medicamentos, usados sob ou sem prescrição médica. Etanol também está contido em preparações de alguns fármacos, por vezes em concentrações próximas às de um drinque de bebida alcoólica. Tais interações, muitas vezes despercebidas ou negligenciadas, têm maior importância em crianças, gestantes e idosos, por peculiaridades farmacocinéticas e sensibilidades diferenciadas nestes indivíduos, bem como pela polifarmácia, quase uma constante na terapêutica medicamentosa contemporânea. Como todo o problema que é prevalente, vem cercado de mitos que precisam ser diferenciados de fatos concretos sobre as interações entre medicamentos e álcool, embora as evidências clínicas relacionadas a esse tema sejam pobres. As associações entre medicamentos com bebidas alcoólicas podem levar a efeitos indesejados graves, inclusive com risco de morte.

Tenha especial atenção. No uso de álcool com os seguintes medicamentos: • Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios: pode causar perturbações gastrointestinais, úlceras e hemorragias; • Antidepressivos: diminui os efeitos, pode aumentar a pressão sanguínea; • Antibióticos: pode causar náuseas, vômitos, dores de cabeça e até convulsões; • Antidiabéticos: pode causar severa hipoglicemia (baixa glicose); • Anti-histamínicos, tranqüilizantes, sedativos: pode intensificar o efeito de sonolência e causar vertigens; • Antiepilépticos: a proteção contra ataques epilépticos é significativamente reduzida; • Medicamentos cardiovasculares: pode provocar vertigens ou desfalecimento, bem como redução do efeito terapêutico.

O que é considerado um mito? Um conceito arraigado entre os leigos é de que não se deva utilizar qualquer quantidade de bebida alcoólica durante o tratamento com antimicrobianos porque aquela prejudica a eficácia desses. Em realidade, não há em geral interferência com a eficácia de antimicrobianos. Outras razões, no entanto, podem justificar esta recomendação. A primeira é de que não parece lógico estar sob tratamento para uma doença infecciosa e utilizar álcool com objetivo recreacional, especialmente se houver risco de intoxicação alcoólica. A outra consiste na contra-indicação específica de uso de bebida alcoólica concomitante ao de alguns antimicrobianos, como metronidazol, cloranfenicol e sulfas, pois causam reação similar à do dissulfiram, em presença de álcool. Ainda, se a ingestão corresponder a grande volume de líquido (de cerveja, por exemplo), a sobrecarga hídrica aumentará filtração glomerular e diurese, acelerando a excreção renal de fármacos ativos. Assim, não é proibitivo o uso social de álcool, pois não está relacionado à perda de eficácia dos antimicrobianos em geral. Porém, o uso abusivo é totalmente desaconselhado. Não confundir administração de medicamentos com álcool com o uso crônico: • O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool. É entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas as consequências decorrentes. • Dentro do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não continuado), intoxicação por álcool (embriaguez), síndrome amnésica (perdas restritas de memória), demencial, alucinatória, delirante, de humor, distúrbios de ansiedade, sexuais, do sono e distúrbios inespecíficos e, por fim, o delirium tremens, quadro clínico que pode ser fatal. • Farmacologicamente, o álcool é considerado um potente depressor do sistema nervoso central e sua ação é mediada pelos sistemas de neurotransmissores, incluindo GABAérgico, glutamatérgico, serotoninérgico e opiatérgico.

Fonte: Com informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, Pharmaceutical Consultoria, BioMed Central Psychiatry, The Journal of the American Medical Association e Ministério da Saúde do Brasil.

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