Nutrição

Diabetes descompensado x deficiência de vitaminas e minerais

Hoje em dia, as referências familiares de alimentação foram substituídas por indução de novos comportamentos alimentares que promovem o consumo de alimentos industrializados, sem os nutrientes necessários para um funcionamento adequado do organismo.

Os produtos alimentícios passaram a ser avaliados pela sua quantidade de calorias, se são light, diet. Com ou sem aval da ciência, os alimentos naturais começaram a competir com os industrializados. Progressivamente os alimentos vão perdendo nutrientes e ganhando aditivos químicos e agrotóxicos.

Os nutrientes (vitaminas e minerais) presentes nos alimentos, exercem funções definidas e intransferíveis, pois agem em conjunto. A carência de qualquer nutriente essencial, mesmo aquele necessário em quantidade irrisória, pode determinar a alteração do equilíbrio geral do organismo, principalmente nos pacientes diabéticos.

Muitas vezes um descontrole glicêmico, um nível de hemoglobina glicosilada bastante alterados são detectados nos diabéticos. Na maioria das vezes, trata-se o problema, mas não detecta-se a causa e com isso cada vez mais o paciente precisa de mais medicamentos. Troca-se de medicamento, aumenta-se a dosagem de um ou de outro, reduz-se a quantidade de alimentos, melhora-se o controle por um momento, mas depois de um tempo, tudo parece perdido.

Hoje em dia nos alimentamos muito mau e com o estresse físico, mental e emocional, temos uma necessidade aumentada de micronutrientes para gerenciar este estresse. O aumento do consumo de aditivos químicos, exige ainda mais micronutrientes para corrigir os distúrbios causados pelos mesmos.

Existem alguns nutrientes que os diabéticos não podem deixar de lado como :

– Vitamina E : Melhora a sensibilidade insulínica . Encontrada em oleaginosas, gérmen de trigo, gergelim, óleos vegetais.

– Cromo : Melhora o controle glicêmico, principalmente no diabetes mellitus tipo 2 . O cromo potencializa os receptores de insulina e de IGF-I, melhorando a sensibilidade insulínica e o perfil lipídico. As fontes alimentares são carqueja, centeio, levedo de cerveja.

– Vanádio : Encontrado na salsa e em oleaginosas, têm a função de melhorar a captação de glicose, prolongar a ação da insulina e com isso, melhora o controle glicêmico.

– Magnésio : Ele melhora o comportamento dos receptores hormonais da insulina, promove o transporte de glicose para a célula, melhora a sensibilidade insulínica e níveis de hemoglobina glicosilada. As folhas verdes, oleaginosas e peixes, são boas fontes deste mineral.

– Zinco : Protege as células beta (responsáveis pela produção de insulina), participa de processos que envolvem secreção e utilização de insulina. Suas principais fontes são : carne de frango e peixe, grãos integrais, castanhas, tubérculos, legumes, entre outros.

– Vitaminas do complexo B : Contribuem para a melhora do controle glicêmico. A B 12 previne neuropatias. A niacina (B3) melhora o controle glicêmico. A biotina melhora a sensibilidade do receptor de insulina.

Não há segredo pois todos estes nutrientes estão presentes nos alimentos in natura. Portanto você que é diabético, não deve se preocupar apenas com os produtos light e/ou diet, mas sim com mudança de hábito alimentar. Segue abaixo algumas dicas :

• Consumir de 5 à 7 porções de legumes e verduras por dia ( rodiziar).

• Consumir pelo menos 4 porções de frutas/dia. Priorizar as frutas com baixo índice glicêmico ( uva, amora, abacaxi, entre outras ). Sempre em horários diferentes.

• Consumir alimentos fontes de fibras ( pães integrais, cereais e grãos integrais como o arroz integral, além de verduras e legumes).

• Utilizar ervas e temperos para o preparo dos alimentos como manjericão e manjerona que favorecem a digestão, a hortelã que estimula a secreção de ácido clorídrico e tem ação antioxidantes e anti-inflamatória, a salsa que contém antioxidantes e vitamina C e o alecrim por conter ácidos com potente ação antioxidante.

• Utilizar para o tempero dos alimentos alho crú, por ser anti-hipertensivo, conter vitaminas A, B1, B2, C e selênio que são antioxidantes, reduzindo a síntese de colesterol e aumentando a secreção de insulina. Em alguns casos a suplementação de vitaminas e minerais se faz necessário, portanto consulte um nutricionista para melhor orientá-lo.

Referências Bibliográficas:

1. Revista Nutrição e Performance-Anuário Nutrição Clínica e Funcional da teoria à prática-2006.

Andrea Sanches Nutricionista – CRN 3- 7367

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